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Conselheiro explica ao plenário como é feita a extração de óleo e gás

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A extração de óleo e gás de Folhelho, que é uma formação geológica sedimentar com alto teor de carbono e que se encontra em grande profundidade, está causando uma revolução não somente na indústria mundial de energia como ainda na geopolítica global com impactos econômicos difíceis de estimar.

Ontem à noite, dia 15 de junho, no plenário do Crea Alagoas, o conselheiro e engenheiro de minas Paulo Cabral, mostrou na plenária, como é a retirada, não convencional, do óleo e gás de dentro da rocha através de uma tecnologia bastante avançada. Segundo Cabral, nosso país tem pouca pesquisa nessa extração até porque o custo é elevado.

“Quando o petróleo chegou a 130 dólares o barril, as empresas dos Estados Unidos começaram a implantar os seus projetos e iniciar a produção de elevados volumes de petróleo e gás desta nova fonte de hidrocarboneto.  E o Brasil viu a crise, mas, na questão de alternativas para novas fontes de energia, está sempre a reboque do que ocorre no mundo”, disse.

Folhelo

Foi informado que os Estados Unidos já produziam em muito pequena escala o óleo do Folhelho, erroneamente chamado de “gás de xisto” no começo do século passado. Mas a extração foi abandonada por quase cem anos quando os norte-americanos perfuraram o primeiro poço de petróleo, de extração mais simples e econômica.

Segundo o engenheiro de minas Cabral, com a crise do petróleo na década de 70, os folhelhos voltaram a ser vistos como alternativas. E, graças à tecnologia do fraturamento hidráulico e da perfuração direcional horizontal, – as sondas de perfuração utilizam grande quantidade de água -, a expectativa que se tem é que, dentro de alguns anos, os Estados Unidos poderão suprir toda a sua demanda interna de energia.

“A produção mundial chega atualmente a 85 milhões de barris por dia. Os Estados Unidos podem assumir o papel de regulador de preços por causa da lei da oferta e da demanda. Com a exploração das reservas, a produção mundial disparou no ano passado sendo superior a demanda e fazendo o preço do barril de petróleo recuar para menos de 50 dólares. E hoje já começa a se recuperar chegando próximo de 60 dólares o barril. A exploração do gás e óleo do folhelho ainda é polêmica e tem angariado defensores e críticos”, completou.

E no solo brasileiro?

Cabral acha que nosso país necessita ainda se aprofundar nas pesquisas. Apesar de já confirmada reservas potenciais pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), especialistas encaminharam carta à presidenta Dilma Rousseff pedindo que sejam suspensas as licitações de áreas para a exploração não convencional para que sejam aprofundados os estudos sobre a real potencialidade da utilização da fratura hidráulica e os possíveis prejuízos ambientais.

Segundo Cabral, reservas do óleo e gás do folhelho são encontradas em dezenas de países, estando as maiores na Russia ( 75 bilhões de barris de óleo), USA ( 58 bilhões),China (32 bilhões) seguida de Argentina (27 bilhões).  No caso do gás, a China ocupa o primeiro lugar com 1,115 trilhões de pés cúbicos, seguido da Argentina com 802 trilhões  e o Brasil em décimo lugar com 245 trilhões de pés cúbicos.“Em solo brasileiro o caminho é longo, dependendo de investimentos governamentais em pesquisas e avaliações ambientais e econômicas, além de um marco regulatório para o setor havendo incertezas quanto ao sistema de concessão, como era anteriormente, ou partilha. É importante que o monopólio seja flexibilizado para que investimentos externos venham transformar ocorrências em riquezas”, conclui.