Após convidar os parlamentares que integram a bancada federal de Alagoas em Brasília e contar apenas com a presença da deputada Tereza Nelma (PSDB) e de um representante do senador Fernando Collor (PROS), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-AL) realizou, na última sexta-feira, 29, junto de técnicos da Braskem e geólogos habilitados, uma reunião para atualização sobre a situação do bairro do Pinheiro.
Para o presidente do Crea-AL, Fernando Dacal, a intenção do encontro foi a troca de informações e, consequentemente, discutir com os parlamentares que tipo de ações e cobranças podem ser realizadas com o Governo Federal.
“Estamos tentando, junto com diversos órgãos técnicos, fazer nossa parte. Mesmo sabendo que o laudo conclusivo deve ser divulgado ainda neste primeiro semestre, colocamos o Crea a disposição para ajudar”, disse Dacal, destacando que o encontro foi um pleito atendido da deputada Tereza Nelma após encontro em Brasília.
O engenheiro presidente ainda chamou a atenção para a quantidade de fake news disseminada nas redes sociais.
“A gente vem discutindo sobre o assunto há um ano, mas ultimamente algumas pessoas tem usado as redes sociais para fazer terrorismo. O meu entendimento é baseado pelo que eu ouvi da professora Rochana, do Ricardo Queiroz, do próprio Wenner que é conselheiro aqui da casa”, afirmou.
Possíveis causas
De acordo com os estudiosos alagoanos, três fatores podem estar potencializando o evento. A mineração, drenagem de águas pluviais e esgotamento saneamento.
A professora da Universidade Federal de Alagoas, geóloga Rochana de Andrade, reitera o que já havia falado na primeira vez que esteve no Creapara explicar as possíveis causas dos tremores ocorridos na capital.
“Quando aconteceu o evento, já sabíamos, através de estudos que se tinha uma bacia endorreica no Tabuleiro, foi aí que nos perguntamos se estaria acontecendo a mesma situação no bairro do Pinheiro. Mas, como eu sempre falo aos meus alunos, não temos resposta para nada. Por isso aguardamos o resultado dos estudos da CPRM”, alegou.
O também geólogo e professor do Cesmac, Ricardo Queiroz, deu ênfase a um estudo sobre águas subterrâneas na região afetada. Os dados obtidos das pesquisas mostraram que a camada subterrânea é formada por diversos sedimentos que apresentam divisões como um quebra-cabeça.
“O nosso solo é todo falhado, isso vai de norte a sul e em alguns bairros é mais acentuado, como no Pinheiro”, explicou.