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Em debate a história da Engenharia de Alagoas a partir dos anos 50

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Diante de uma plateia de estudantes e profissionais da Engenharia e Arquitetura, três ícones do conhecimento científico e tecnológico e com larga folha de serviços prestados ao Estado de Alagoas, vieram ao auditório do Crea, na noite de ontem, para proporcionar um passeio no tempo. Foram eles: Fernando Gama, Vinicius Maia Nobre e Alberto Rostand Lanverly.

Quem compareceu pode observar que vozes da experiência jamais poderiam se calar, a começar pelo professor Fernando Gama, conceituado educador, renomado professor e ex-reitor da Ufal, com um currículo que dispensa comentários e que durante 30 minutos relatou a história da criação do curso de engenharia em Alagoas com o apoio de personalidades que o tempo não apagou da memória de ex-alunos e depois profissionais que passaram pela escola da engenharia no campus da Ufal.

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O professor Gama relatou fatos históricos, mostrou o fac-símile de uma ata da fundação da Escola de Engenharia realizada em 15 de agosto de 1951, manuscrita pelo professor Antônio Mario Mafra e um telegrama onde o governador falecido Divaldo Suruagy envia para a Ministra da Educação, Ester Figueiredo Ferraz, em Brasília, fazendo elogios ao Colégio Eleitoral pela escolha do reitor ter saído de uma lista sêxtupla em primeiro escrutínio.

Arquivos de muitas obras, algumas delas iniciadas e concluídas quando o professor Gama foi reitor, ilustraram a sua exposição. O professor criticou a opinião política que ainda hoje supera a opinião técnica e destacou as personalidades que foram importantes na história da Escola de Engenharia.  Ressaltou que a partida fundamental, na ordem cronológica e que puxaram o cordão do cientificismo no Estado foi a Escola da Engenharia, o Clube de Engenharia e o Crea. “As entidades precursoras da engenharia no Estado também foram a Seagra e o CEA”, lembrou.

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Projeto Trapichão –  O segundo painelista, com mais de 50 anos de Engenharia no currículo, chefiou a equipe que construiu o Estádio de Futebol Rei Pelé. Trata-se do engenheiro e também professor Vinicius Maia Nobre. Sua apresentação ficou focada nas obras do Trapichão e nos episódios ocorridos antes e depois da inauguração do estádio e a polêmica – o que levou a plateia a risadas – sobre a capacidade de público que compareceram num desfile da emancipação, antes da inauguração, que a imprensa dizia ter entrado 100 mil expectadores. “Na inauguração em 25 de outubro de 1970, teve apenas 53 mil pessoas que era a capacidade real do projeto”, disse.

O professor mostrou a originalidade do projeto com seus pilares, escoramento de marquises, fundações, estruturas, vãos centrais, nível do campo, fosso, cabines, cabos de proteção, espessura de lages e outros detalhes da obra. Deu um dado interessante: A chuva, por mais forte que seja, não alaga o campo porque tem a melhor drenagem dos estádios de futebol do Brasil, graças ao extraordinário trabalho da equipe técnica selecionada e guiada por ele. No final da exposição um registro chamou a atenção dos presentes: a entrega de um livro de autoria do professor Vinicius ao professor Gama que ficou com a incumbência de fazer o prefácio com muita honra pela amizade que os liga desde os tempos da faculdade.

 

Inovações Tecnológicas – O último painel ficou a cargo do professor, engenheiro e escritor Alberto Rostand Lanverly. Fez uma abordagem da história da humanidade que se confunde com as raízes históricas da engenharia.  Remontou às sociedades coletora, agrícola, industrial e pós-informação e até ressaltou a divisão da engenharia que no começo era subdividida em civil e militar. “Hoje, praticamente, tudo é engenharia civil”, disse.

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Rostand fez uma análise da evolução da engenharia em Maceió a começar pela construção de edificações da década de 50 como o edifício Breda e o edifício São Carlos de 1960. “Nesse tempo cálculo estrutural era feito na mão”, lembrou. Citou algumas empresas que deram o “start” na engenharia alagoana e outras que vieram de outros estados para a construção de conjuntos habitacionais.

“A Ufal, com sua excelência dos seus cursos, com laboratórios de computação científica e visualização, tornou-se um celeiro que prepara profissionais para atender às exigências do mercado”, afirmou.  Mostrou, na sua exposição, que o grande diferencial foi a chegada da gestão da qualidade que se tornou uma filosofia administrativa fazendo parte de todas as ações e iniciativas de uma empresa.

Deu enfoque nas normas regulamentadoras, as ISOS com suas séries que formam uma família de normas e mostrou a recuperação da fachada de concreto em um prédio na cidade de Hong Kong com andaimes de bambu, como exemplo de modernidade e tecnologia. Finalizou sua palestra com uma frase típica de quem tem intimidade com as letras: Gama e Vinicius são pedras da engenharia que nunca serão esquecidas em Alagoas”.

O jornalista Marcelo Firmino, que já foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas e Secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Maceió, fez a mediação nos debates que ocorriam nos intervalos das apresentações. O presidente do Crea, Fernando Dacal, no encerramento, fez novo convite a plateia para outra palestra que deverá ocorrer dia 30 de abril sobre o Canal do Sertão.