Implantação de vias cicláveis na mobilidade dos ciclistas gera debate

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Mais ciclovias para Maceió, o que vai facilitar a vida dos ciclistas, foi tema de debate ontem à noite, numa palestra ocorrida no auditório do Crea, apresentada pelo engenheiro civil professor Ehrlich Falcão, convidado pelo presidente Fernando Dacal para mostrar a importância da implantação de ciclofaixas e ciclovias como alternativas para desafogar o trânsito da capital.

Segundo ele, a experiência comprova que as vias criadas para as bicicletas geram demandas, mas demonstra que elas por si só não se sustentam necessitando do constante incentivo de uso com seu sistema de segurança e policiamento. Outra observação do professor é que as ciclovias ainda precisam ser bem executadas e seguras, com correções das faixas e manutenção da qualidade porque do contrário sua implantação vai gerar gastos inúteis de dinheiro. “As ciclovias não fazem milagres e são opções técnicas”, alertou Ehrlich.

Depois de mostrar para a plateia dois vídeos com os tipos de ciclovias e ciclofaixas nas cidades que ocorriam graves problemas de mobilidade urbana e que despertou a conscientização dos governantes para priorizar o trânsito de bicicletas, o engenheiro comprovou que não é fácil a implantação de um sistema cicloviário, mas que ele é importante até para a saúde dos usuários.

Ficou claro também que a criação das vias cicláveis em Maceió seria o ideal para aliviar a circulação dos veículos motorizados, facilitando o trânsito entre pedestres e bicicletas e acabar com a exclusividade dos carros. “Os que são contra é por falta de maiores esclarecimentos”, afirmou. A questão da mobilidade, circulação do ciclista, infrações do trânsito, as vias, os espaços e os parâmetros para dimensionamento de ciclofaixas e ciclovias foram apresentadas pelo professor com as devidas sugestões. “A medida ideal para uma ciclofaixa, que é feita na pista dos veículos motorizados é de 1,50 metros”, completou.

Na sua opinião, caberia uma ciclovia no canteiro central da Avenida Fernandes Lima o que poderia reduzir o índice de acidentes com os ciclistas na área. “Acredito que os problemas da mobilidade urbana tende a se agravar por causa do aumento dos automóveis que circulam em Maceió e por falta de áreas destinadas aos ciclistas”, disse.

DA PERDA – A perda de mobilidade urbana, segundo o professor, implica no aumento de tempo de deslocamento e consumo de combustível, consequência da redução e variedade de velocidade, gastos extras originados pelos males causados pela poluição, danos à saúde e ao meio ambiente e diminuição da produção para quem vai trabalhar motorizado. “Sabemos que há ciclistas que transitam desrespeitando o código do CTB. E é imprescindível que órgãos e entidades priorizem suas ações em defesa da vida porque bicicletas e ciclistas estão enquadrados no Código de Trânsito Brasileiro. Temos que dar vez a bicicleta”, alegou.

Segundo o engenheiro, no CTB está claro que os veículos de maior porte são responsáveis pela segurança dos menores. Os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres. “ É notório que o ciclista costuma desrespeitar os motoristas e o pedestre também comete erros quando ele atravessa fora da faixa. Isso comprova a falta de educação de trânsito”, afirmou. Ehrlich mostrou vários artigos do Código de Trânsito Brasileiro sobre a regulamentação da circulação do ciclista com seus direitos e deveres, as infrações graves e os riscos que usuários de bicicletas correm quando dirigem em acostamentos ou na contramão.

“Pedestres e motoristas precisam de entendimento e respeito. Quem desrespeita o pedestre leva sete pontos na carteira e multa de R$ 191,00. O condutor deve seguir as leis de trânsito que está no CTB em seu artigo 3º. A bicicleta também está sujeita a aplicação da mesma lei, concluiu.