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Plenária em Delmiro Gouveia vai debater gestão do Canal do Sertão

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Evento aconteceu no município de Delmiro Gouveia e reuniu conselheiros do Conselho, gestores da obra, prefeitos e vereadores da região

A gestão da água do Canal Adutor do Sertão alagoano foi o assunto principal na plenária itinerante, da última terça-feira, 8, realizada pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL), na cidade de Delmiro Gouveia.  O debate técnico ocorreu no auditório da UFAL – Campus do Sertão –, e contou com presenças de autoridades representantes do governo do Estado e lideranças dos municípios que estão sendo abrangidos pela água do canal.

Toda a discussão na plenária girou em torno da autossustentabilidade do Canal, maior obra de engenharia já realizada em Alagoas. Contribuíram para os debates, representantes da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), das Secretarias de Recursos Hídricos do Estado de Alagoas (Semarh), de Infraestrutura do Estado de Alagoas (Seinfra), do Estado de Agricultura (Seagri), o prefeito de Olho D’água do Casado Gualberto Pereira (representando a AMA), o prefeito da cidade, Luiz Carlos Costa e o conselheiro do Crea e propositor Reinaldo Falcão.

Os profissionais que participavam da reunião concordam de uma medida urgente, que deve ser tomada pelo Governo de Alagoas na questão do gerenciamento, já que o canal avança 123 quilômetros.

O presidente do Crea, Fernando Dacal, ressaltou a importância de esclarecer a população sertaneja sobre a manutenção, operação e gestão do Canal, para as cidades contempladas. “Através do conselheiro e agrônomo Reinaldo Falcão, esse assunto foi colocado em pauta por nós do Crea. O povo sertanejo precisa conhecer melhor como serão beneficiados. E tenham a certeza que o Conselho de Engenharia e Agronomia está sempre atento e preocupado com assuntos relacionados a engenharia e o os benefícios que ela traz à população”, destacou Dacal.

Conhecendo de perto o Canal

Após as discussões, os participantes da plenária foram a campo conhecer como será gerida a água. Na interligação da adutora do alto sertão, localizada no quilômetro 37, o secretário adjunto de Projetos Especiais da Seinfra, Alzir Lima, apresentou toda dinâmica das estações de tratamento, antes que a água chegue as residências.

“Neste ponto é que vamos captar a água bruta do canal, enviando para uma estação de tratamento que, e em seguida, estará pronta para abastecer oito municípios da região. São eles: Inhapi, Delmiro Gouveia, Pariconha, Mata Grande, Canapi, Água Branca, Piranhas e Olho D’água do Casado”, disse.

O secretário ainda destacou o importante incentivo do Crea em debater o tema. Elogiou a promoção da plenária e falou do desafio de construir a obra. “Finalizar o maior trabalho de engenharia do Estado é tão importante quanto gerir a água dele. Essa parte final pode ser até mais importante”, finalizou.

A presença da representatividade da Mútua no evento foi de fundamental importância para os que ainda não conheciam o braço social do Sistema Confea/Crea. O diretor geral Fábio Loureiro, fez uma breve apresentação do funcionamento da instituição com a disponibilidade de vários planos e benefícios para os que estão associados no intuito de incentivar o associativismo e mostrar que a Mútua hoje está com muita credibilidade no manejo das suas ações em prol dos profissionais filiados.

De forma sequencial, os expositores foram mostrando a riqueza do ganho social que o canal vai proporcionar. O palestrante Silvio Azevedo achou que a chave do sucesso da mega obra do canal deve passar pela discussão nas entidades sociais. Ele apresentou os estudos encomendados pela Codevasf sobre os vários tipos de solos e perímetros de irrigação, as culturas indicadas e a quantidade de famílias que seriam beneficiadas, principalmente o sertanejo que não deseja sair da sua terra e quer produzir utilizando a água do canal.

Edilson Ramos enfatizou na sua exposição questões tarifárias, mas que primeiro será preciso haver a criação, por parte do governo, de um comitê gestor, mostrando, em vídeo, que seis municípios do Sertão já desfrutam do consumo da água na irrigação. Francisco Beltrão, que representava a Casal, depois de parabenizar a plenária itinerante fez um enfoque diferenciado alegando a nova visão que a Casal tem sobre o Canal e mostrou que a única forma de abastecer é pelo rio São Francisco, sem haver prejuízos de vazão.  Apresentou aspectos econômicos e o combate a fraude que a empresa vem fazendo na bacia leiteira e Sertão. “Bombas da Casal poderiam captar água do canal para atender 45 municípios ofertando água para a população”, afirmou.

Alzir, que representou a Seinfra, fez uma breve exposição da aceleração da obra que já chega até o quilômetro 190. Concordou que o desafio será a gestão e que até dezembro deste ano grande parte do canal entrará em funcionamento para mudar a vida de muitos agricultores de Pariconha, Inhapi e Delmiro Gouveia. “A Codevasf está responsável por cinco perímetros de irrigação”, declarou.

O conselheiro Reinaldo Falcão, que mediou os debates, finalizou afirmando que a discussão operacional e técnica do Canal não pode parar porque o processo produtivo e o uso da água é da responsabilidade do governo. “Para os sertanejos será preciso rapidamente uma solução, a começar pelas audiências públicas uma vez que são 65 km à disposição do produtor para que possam gerar emprego no alto Sertão de Alagoas”, concluiu. Dacal encerrou a plenária mostrando-se otimista quanto à resolução dos problemas que ainda estão correndo sobre o uso da água e disse que colocava o Crea como parceiro do governo em todo o processo e que iria nomear um representante do Conselho no comitê gestor.