Com apoio do Crea, a Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH), com sede em Porto Alegre, representada nacionalmente pelo seu presidente Vladimir Caramori Borges de Souza e, em Alagoas, pelo engenheiro Alex Gama, realizou na manhã desta segunda-feira (17) um ciclo de debates técnicos a respeito das barragens no Brasil com a participação de profissionais representantes do Ministério do Meio ambiente, da Ufal, da Defesa Civil, do Sindaçúcar, Semarh e demais profissionais interessados nos planos de execução, operação e manutenção de reservatórios e barragens construídas pela iniciativa privada ou pelo governo.
O engenheiro agrônomo Ailton Pacheco, vice-presidente do Crea, abriu o evento ressaltando a parceria e o interesse na discussão técnica uma vez que a ABRH está discutindo a política brasileira de segurança das barragens em algumas capitais, numa rodada de oficinas, e que chegava a vez de Maceió participar do desafio e debater o problema dando sua contribuição técnica respeitando as particularidades local.
Mas qual a importância de se dar mais atenção à Lei Federal 12.334/2010 que estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens no país? Em um vídeo apresentado pelo engenheiro civil Maurício José Pedrosa Malta, especialista no assunto, foi mostrado que a construção de barragens para armazenamento de água e garantir o seu uso, é uma atividade muito explorada no Brasil, porque dispor de água doce e de boa qualidade é uma condição básica para o desenvolvimento da sociedade.
“Ao construir reservatórios, a humanidade encontrou uma fórmula que possibilitou uma melhor qualidade de vida para o crescimento das cidades e aprimorou o desenvolvimento das atividades essenciais como a agricultura e pecuária”, explica Malta. Outros usos como o abastecimento urbano e industrial, a contenção de resíduos e rejeitos de mineração, a geração de hidrelétricas e o controle de enchentes e secas, incentivaram a construção de muitas barragens pelo Brasil. ”Por conter grandes volumes de água, as barragens acumulam enorme quantidade de energia que são canalizadas para mover mecanismos diversos como as turbinas de usinas hidrelétricas”, complementou o engenheiro.
RESPONSABILIDADE DO PROPRIETÁRIO – Malta ainda mostrou que a maior parte da energia elétrica produzida no Brasil é proveniente das usinas hidrelétricas alimentadas por grandes reservatórios de água. “As barragens podem ser de vários tipos e tamanhos desde as pequenas para uso localizado e abastecimento rural e irrigação, até algumas maiores para gerar energia como as represas de Tucuruí, Sobradinho e Itaipu”, ressaltou.
Elas podem ser feitas de terra, rocha e concreto ou mesmo das combinações desses materiais. “Barragens estão por toda parte e são muito importantes porque trazem benefícios para todos, inclusive faz o controle das cheias dos rios nos períodos chuvosos. Mas essas obras também podem envolver grandes impactos e riscos. Ao ser construída, uma barragem sempre apresenta uma interferência local e social porque grandes áreas são alagadas impactando a flora obrigando a migração da fauna. Elas são seguras desde que sejam bem planejadas e que tenham os planos de segurança e manutenção feitos por técnicos especializados”, concluiu. Toda barragem que tenha 15 metros de altura está enquadrada na lei da política de controle e manutenção. E um detalhe interessante: em qualquer desastre há um axioma que diz que o responsável sempre é o proprietário.