Renan Filho discute salários, PPP’s, Casal e burocracia

dsc_2242

A primeira edição do Papo no Mirante, realizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL) no dia 31 de março, com o governador de Alagoas, Renan Filho, teve como principais temas abordados o salário defasado dos engenheiros ativos do Estado, a privatização da Casal e a busca para universalizar o esgotamento sanitário da capital.

Diante de engenheiros, técnicos e estudantes, o chefe do executivo pontuou decisões que estão sendo feitas para Alagoas continuar em desenvolvimento. Com o tema “Construindo Alagoas: Nossa Terra, Nossa Gente”, o presidente do Crea Alagoas, Fernando Dacal, destacou que o evento busca unir ainda mais a categoria, fazendo com que a engenharia colabore com o crescimento do Estado. “É importante que seja destacado que o Crea é parceiro de todos os órgãos públicos. Nosso desejo é que Alagoas continue em pleno desenvolvimento”, frisou.

Questionado sobre a forma como o servidor público vem sendo motivado para trabalhar, Renan destacou o preenchimento em cargos técnicos de profissionais – como os engenheiros Judson Cabral, Clécio Falcão e Mozart Amaral – habilitados pelo Crea.

Buscando Parcerias Público Privadas

Outro ponto ressaltado por ele, foi o trabalho que vem sendo realizado na Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). “Antes de assumirmos, em 2014, a Casal deu no final do ano R$ 54 milhões de prejuízo. A mesma coisa estava acontecendo nos últimos 20 anos. Entramos com o objetivo de vendê-la”, afirmou.

Segundo o governador, logo no primeiro ano de governo, o prejuízo foi reduzido para R$ 26 milhões, e em 2016, a empresa pertencente ao estadual conseguiu fechar o ano com um lucro de R$ 6 milhões em caixa.

“Hoje, a privatização da Casal ficou para trás. Estamos fazendo um amplo estudo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para checar as áreas mais rdsc_2237entáveis da empresa e, consequentemente, atrair capital privado, especialmente para o esgotamento sanitário”, disse Renan.

Nos últimos 15 anos, foram investidos cerca de R$ 50 milhões em saneamento Maceió. Só que para concluir este serviço na capital é necessário investir em torno de R$ 1,5 bilhão para conseguir universalizar a capital.

Compromisso para um salário digno

Um dos questionamentos mais esperados da entrevista foi sobre o salário dos engenheiros do Estado, que há anos está defasado. De início, Renan reconheceu que o valor pago, principalmente aos profissionais do Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e em outras secretarias não condiz com a realidade, inclusive está aquém do piso salarial.

No entanto, Renan Filho disse que a questão previdenciária é o que trava uma rápida resolução do problema. “De princípio, é bom que eu deixe claro que eu não apoio essa proposta da reforma da previdência, pois ela transfere a conta para o Nordeste, principalmente ao trabalhador rural e a mulher”, disse.

De acordo com o governador, o problema do DER é que tem muita gente aposentada, então o aumento de salário aos ativos vai impactar nos inativos, que também terão acréscimo. “Só quero deixar claro que esse foi um problema que não foi resolvido na bonança, imagina numa conjuntura de crise. Estamos estudando um mecanismo para valorizar esses profissionais. Sei que no departamento tem uma questão humana e digna. Mas vamos tentar uma solução para isso”, disse.

dsc_0017Burocracia em pauta

Na reta final do evento, também foi discutido uma forma de reduzir a burocracia. Sobre os projetos de combate a incêndio e pânico, Fernando Dacal destacou que, conforme diz na decisão plenária do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, é atribuição do engenheiro civil realizar e executar esse tipo de trabalho. “É preciso deixar claro que essa é uma lei nossa, inclusive Federal, que rege a profissão do engenheiro”, disse.

Em 2016, o Crea tomou a iniciativa de criar o Fórum Estadual de Combate a Burocracia, que visa discutir saídas que destravem investimos e, consequentemente, geração de renda nos municípios alagoanos. “Queremos a cooperação dos órgãos públicos para haver mais celeridade na tramitação dos projetos”, finalizou.