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Alunos do Ifal desenvolvem tijolos e placas ecologicamente sustentáveis

201703241820_c43cb88e0eUm grupo de seis alunos do curso de Engenharia Civil do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campus Palmeira dos Índios, desenvolveram três projetos de pesquisas que podem mudar a realidade social de milhares de pessoas. Fazendo uso das cinzas do bagaço da cana-de-açúcar, da palha do arroz e também reaproveitando os restos de pneus provenientes da recauchutagem, eles desenvolveram tijolos e placas ecologicamente sustentáveis.

Além de criarem produtos que reduzem consideravelmente os custos de construção de casas, os jovens “inventores” estão também colaborando com o meio ambiente, reaproveitando materiais que antes seriam simplesmente descartados na natureza. Um verdadeiro trabalho socioambiental que já começou a dar frutos.

As estudantes Taísa Tenório, de 20 anos, e Samantha Mendonça, de 22 anos, que cursam o 2º período de Engenharia Civil, substituíram o cimento da composição pelas cinzas do bagaço da cana, que deixou de ser resíduo e passou a ser insumo, elas conseguiram obter um tijolo que chega a ser quase quatro vezes mais resistente que o convencional. Isso sem contar no preço, que é significativamente menor que o produto vendido hoje no mercado.

“O mercado hoje pede algo sustentável, econômico e que pense no social. E foi isso que fizemos. O cimento convencionalmente usado na produção do tijolo custa caro e ainda é um agente poluidor, já que emite dióxido de carbono na hora em que é produzido. Utilizando as cinzas do bagaço da cana, tudo muda”, afirma a estudante e pesquisadora Taísa Tenório, que junto com Samantha já participou do Programa Caldeirão do Hulk, da TV Globo, e apresentou o tijolo ecológico durante evento nos Estados Unidos e em Portugal.

Da cana para a casca de arroz

Além da pesquisa que resultou no tijolo produzido com a cinza do bagaço da cana, mais dois projetos foram desenvolvidos pelo Grupo de Estudos de Tecnologias para a Construção Civil (Getecc) do Ifal de Palmeira dos Índios. Um deles substituiu a cinza da cana pela casca do arroz, resultando em outro tijolo ambientalmente correto. Outros dois jovens pesquisadores criaram placas de concreto utilizadas em calçadas e passeios públicos e que são produzidas fazendo uso da borracha provenientes da recauchutagem de pneus.

O universitário Emanuel Amaral, de 24 anos, estudante do 8º período do curso de engenharia civil, é um dos responsáveis pela pesquisa do tijolo com cinza da casca de arroz e explica que o projeto se assemelha ao desenvolvido pelas colegas Taísa e Samantha. “Na verdade, de um modo geral, nós até aproveitamos muito do estudo desenvolvido por elas. Como já havia sido provada a viabilidade da cinza do bagaço da cana para a produção dos tijolos, nós precisávamos encontrar outro tipo de insumo que pudesse substituir o bagaço e gerar o mesmo resultado”, informa.

Após muita pesquisa, Emanuel e Diogo Barbosa, de 20 anos, descobriram que em Alagoas o plantio de arroz também era bastante significativo. No estado, a produção deste alimento se concentra, principalmente, na cidade de Piaçabuçu, especificamente no povoado de Penedinho.

O objetivo desse tijolo, assim como o do bagaço da cana, é utilizar um material que iria ser descartado na natureza e confeccionar um produto de baixo custo, retirando a porcentagem do material mais caro na hora de produzir um tijolo – que é o cimento – e o substituindo pelas cinzas, que não teriam custo algum. A ideia é baratear o produto e torná-lo ecologicamente viável.

Placas de concreto produzidas com borracha de pneus

Diferente das duas pesquisas que resultaram na produção dos tijolos ecológicos, o estudo desenvolvido pelos alunos João Marcos Ferreira, de 22 anos, e Thannys Nascimento, de 23 anos, ambos do 8º período de Engenharia Civil, levou à produção de uma placa de concreto – utilizada em calçadas e passeios públicos – que utiliza borracha proveniente da recauchutagem de pneus.

De acordo com eles, a borracha não serve para substituir o cimento porque ela é um material inerte, que não dá liga. Por isso, a ideia é substituir a areia por outro material 201703241835_dd01b2f266mantendo o mesmo padrão de resistência. E é aí que entra a borracha.

A composição de uma placa convencional leva areia, brita, água e cimento. Já no material produzido em laboratório pelos alunos, a areia é substituída parcialmente pela borracha. O resultado dos estudos é impressionante. “Para cada metro cúbico de placa produzido, nós utilizamos sete pneus. Isto é, uma redução significativa de resíduos que, sem dúvida, é muito importante para o cuidado com o meio ambiente, pois estamos retirando da natureza um material que só iria prejudicá-la”.

Pesquisadores rumo à Grécia

Após tanto trabalho e anos de dedicação à pesquisa, os resultados para os estudantes começam a aparecer. O grupo e a professora que os orienta deve embarcar para a Grécia, onde participarão da 7ª Conferência Internacional de Engenharia Civil. Para quatro dos seis estudantes, será a primeira vez que sairão de solo brasileiro para conhecer outro país.

 

Fonte: Gazetaweb.com