O agronegócio brasileiro é responsável por cerca de 20% do PIB nacional, emprega 1/3 da população economicamente ativa e está presente em praticamente todas as nossas atividades do dia a dia. Mas, porque então o setor é tão malvisto pelo público urbano?
Quando se fala em agronegócio muitos já pensam em desmatamento, latifúndios, trabalho escravo, grilagem de terra e outros problemas. Claro que alguns produtores rurais, infelizmente, ainda são adeptos dessas práticas, mas são minoria.
Essa confusão se dá porque ainda há muitos erros de conceitos. O agronegócio engloba uma grande rede com todos os elos da cadeia agropecuária e é dividido em quatro grandes pilares. O primeiro, chamado de insumos, dá conta de tudo que é produzido para viabilizar a produção do campo como tratores, máquinas, implementos, sementes e fertilizantes. Depois vem o segmento primário, ou dentro da porteira, onde estão todas as atividades das fazendas como a produção agrícola e pecuária. Na sequência, temos a agroindústria, que é o segmento industrial que processa as matérias-primas vindas da agropecuária. Aqui como exemplo temos a indústria têxtil, de alimentos e de biocombustíveis. O último pilar é chamado de serviços, o qual transporta e comercializa os produtos dos demais segmentos, como supermercados e transportadoras.
Assim fica mais fácil de entender que o agronegócio é muito presente na vida da população urbana. Está no café, no pão e no leite que ingerimos ao acordar, no sapato que calçamos para ir trabalhar, no etanol do nosso carro, no algodão da calça jeans, no papel onde anotamos nossas atividades, nos cosméticos, medicamentos, entre outros.
Você pode pensar então que para tudo isso acontecer, o meio ambiente está sendo prejudicado, como mostram alguns embates entre ambientalistas e “ruralistas”. Será? Cálculos da Embrapa, a partir das análises de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), mostram significativa participação da agricultura e pecuária na preservação do meio ambiente. Resultados preliminares apontam que, no final de 2016, mais de 170 milhões de hectares de vegetação nativa estavam preservados pelos agropecuaristas dentro dos imóveis rurais, o que representa mais de 20% do território brasileiro.
Além disso, hoje, agricultores e pecuaristas estão passando por uma revolução tecnológica que coloca o agronegócio brasileiro na linha de frente do mundo. No setor, só se ouve falar em IOT (internet das coisas), blockchain, startups, agricultura e pecuária de precisão, tudo para deixar as atividades agro mais modernas e sustentáveis.
Aquela visão romantizada do produtor rural de enxada na mão ou do grande latifundiário que ainda usa técnicas antiquadas de produção é coisa do passado. Temos em Piracicaba uma das melhores instituições de ensino e pesquisa em ciências agrárias do mundo, a Esalq-USP, onde são desenvolvidos trabalhos de ponta diariamente e somos o berço do principal ecossistema das startups do agronegócio, o Vale do Piracicaba (Agtech Valley).
Já passou da hora do conceito que se tem do agronegócio ser tão moderno e atual como ele é na realidade!
FONTE: http://agromulher.com.br