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Mulheres na Agricultura: de ajudantes a protagonistas

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Apesar do menor acesso ao crédito, a assistência técnica e a titularidade de terras, as mulheres estão conseguindo vencer barreiras e garantir seu espaço também na agricultura.

Antes vistas como ‘ajudantes’ do marido nas propriedades rurais, hoje elas representam mais de 40% do rendimento familiar no campo.

E isso representa ganho em todos os sentidos. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) aponta a importância da participação das mulheres na agricultura. E não é só aumentando a renda familiar e a valorização do seu trabalho.

Conforme a FAO, este papel é fundamental, pois as mulheres são as principais encarregadas da alimentação das crianças, bem como sua manipulação e preparo.

Dados Estatísticos das mulheres na agricultura

Avanço importante da representatividade feminina no campo se deu com sua inserção em pesquisas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do último Censo Agropecuário, perguntou pela primeira vez em 2006 o sexo responsável pelos estabelecimentos agropecuários.

Naquele ano, as mulheres representavam 12,68%. Número pouco maior na agricultura familiar, com 13,7%. Conforme pesquisadores, com dados estatísticos apontando a representatividade feminina no campo é que se começou a abrir portas para outras questões, como para abertura de crédito, por exemplo.

Acesso à terra e ao crédito

Programas como o Pronaf Mulher, o Plano Safra e o Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) passaram a ter maior procura por mulheres na agricultura. Entre 2004 a 2015 foram mais de três milhões de documentos emitidos, com o público feminino sendo titular das propriedades. Documento esse que garante o acesso a outros programas de crédito.

O Pronaf Mulher, no período de 2003 a 2014 garantiu mais de 42 mil contratos, o que possibilitou um investimento de R$ 359 milhões no campo, feitos exclusivamente pelas mulheres na agricultura.

Com a documentação e o crédito garantidos, as mulheres foram em busca da assistência técnica para manter seus negócios no campo. Para garantir o público feminino como cliente, a ATER conta com 30% de sua equipe composta de mulheres. O que fez com que no ano de 2014 elas representassem 57% das beneficiárias da Assistência.

Os dados podem ser acessados no documento da FAO, “Superação da Fome e da Pobreza Rural – Iniciativas Brasileiras”.

Barreiras a superar

Apesar de já contar com benefícios para atuar no campo, a FAO aponta ainda que se a distribuição de ativos fosse ainda mais igualitária entre homens e mulheres, a produção de alimentos saltaria de 2,4% para 4%.

Este aumento da produção significaria resgatar da desnutrição de 100 a 150 mil pessoas. Hoje vivem no mundo mais de 1 bilhão de desnutridos.

Com este artigo, citamos alguns dos avanços da participação das mulheres na agricultura. Mas ainda há um longo caminho pela frente. Aqui abordamos questões técnicas que facilitaram a entrada da mulher como protagonista e não como ajudante no campo.

Mas há ainda a questão do preconceito, que deve ser quebrada, quando falamos de mulheres e o mercado de trabalho. Existem muitas barreiras a superar, mas as mulheres já trilharam um bom percurso.

Empoderamento das Mulheres Rurais

Como forma de incentivar a participação das mulheres na agricultura e mostrar casos de sucesso, a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) realizou entre os dias 1º e 17 de outubro a ação “17 dias de Campanha pelo Empoderamento das Mulheres Rurais”.

A ação internacional teve por objetivo dar visibilidade para experiências positivas na promoção dos direitos das mulheres rurais na América Latina e no Caribe.

 

FONTE: http://blog.agropro.com.br/