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Programa Mulher repudia vídeo que desrespeita as profissionais da Engenharia

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Em pleno século XXI, as situações de violência e discriminação contra as mulheres continuam desafiando a convivência entre os gêneros em nosso país. Após o acidente na obra da linha 6 do metrô de São Paulo, nesta terça-feira (1º/2), mulheres de diversas profissões envolvidas na obra, entre elas, duas engenheiras, tiveram uma reportagem em vídeo deturpada, desqualificando seus exercícios profissionais e desacreditando a imagem de todas as mulheres.

O Sistema Confea/Crea e Mútua tem buscado fazer a sua parte no intuito de reduzir o distanciamento e incentivar melhores práticas de atuações profissionais entre os gêneros, em atendimento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS e em especial o ODS nº 5, preconizado pela Organização das Nações Unidas – ONU sobre igualdade de gênero e empoderamento de meninas e mulheres. Nosso esforço tem sido reconhecido não apenas internamente, com a adesão de todos os 27 regionais ao Programa Mulher, mas também pelo poder público, como comprova o recebimento do Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça, do ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em julho de 2021.

Indiretamente, o Sistema também incentiva uma maior participação no debate sobre práticas de misoginia, como esse vídeo, que acabam muitas vezes por incentivar a violência na sociedade. Desde 2019, o Comitê Gestor do Programa Mulher do Sistema Confea/Crea e Mútua busca reverter esse cenário de desigualdades que, infelizmente, ainda marca a nossa sociedade como um todo. Os avanços e desafios permanentes sobre o tema serão debatidos durante o Encontro de Líderes Representantes, de 15 a 17 de fevereiro, em Brasília, no Painel do Programa Mulher.

Apenas para citar alguns dos debates da programação, a promotora de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte, Erica Verícia Canuto de Oliveira Veras, apresentará a palestra “Homens e Mulheres no Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar”. Professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e autora do livro “A masculinidade no banco dos réus”, Erica coordena o Núcleo de Atendimento à Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar do Ministério Público – NAMVID. No mesmo dia 16, a coordenadora de Sustentabilidade do Ifood, eng. agr. Laisla Gouveia, falará sobre o dia a dia da inclusão feminina no mercado de trabalho.

São debates que envolvem o combate à violência e a valorização da mulher na sociedade, diante de práticas misóginas que vão contra a valorização profissional, considerando que as formações são exatamente as mesmas entre os gêneros. Mas o Painel Mulher no Encontro de Líderes também será a primeira oportunidade de reunirmos as coordenadoras dos Programas Mulher dos Creas de todas as unidades da federação.

Combater as discriminações de gênero, de ordem física, psicológica, sexual, patrimonial e moral e aumentar a participação feminina nas atividades e na gestão do Sistema são premissas da nossa atuação. O resultado é um aumento crescente na participação feminina em cargos de direção do Sistema, ano após ano. Atualmente, 19% desses cargos são ocupados por mulheres. Assim, em 2021, houve um incremento de mais de 50% na participação feminina à frente dos Regionais, elevando para seis o número de Mulheres Presidentes de Creas. A participação como conselheiras tem crescido e se mantido em torno de 218 nos últimos dois anos, número que nos esforçaremos para aumentar ainda mais, como em relação ao de coordenadoras de câmaras especializadas.

Temos incentivado também que as entidades de classe ampliem a participação feminina, aderindo ao Programa Mulher, o que foi acompanhado inclusive pela criação da Associação Feminina de Engenharia, Agronomia e Geociências – Afeag, nos estados da Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará.

Diante do exposto, fica claro o nosso repúdio à atitude manifestada pelo vídeo em comento, incompatível com os parâmetros de boa convivência social e de defesa do interesse social que norteia as nossas profissões. Nosso posicionamento veemente contra esse tipo de prática cobra a punição aos responsáveis, ao mesmo tempo em que sugere que os profissionais do Sistema Confea/Crea e Mútua não compartilhem esse tipo de manifestação, incentivando práticas de igualdade de gênero. Em pleno século XXI, as situações de violência e discriminação contra as mulheres continuam desafiando, também, a razoabilidade em nosso país. E o Sistema Confea/Crea e Mútua apresenta sua disposição para reverter essa realidade.

Comitê Gestor do Programa Mulher